Sacerdote e fundador (1694-1775)
Aos 19 anos, Francisco Danei, nascido em Ovada, no Piemonte, depois de escutar um sermão sobre a Paixão de Cristo, afervorado como os antigos cruzados, quis arrolar-se como voluntário no exército veneziano que se apressava para mover guerra contra os turcos a fim de libertar o Santo Sepulcro.
Bem depressa, porém, compreendeu que aquela cruzada tinha objetivos mais materiais e concretos; então escolheu a via da mortificação e das duras penitências para imitar Cristo sofredor.
Passava longas horas em oração e meditação. Depois, o bispo de Alexandria do Egito concedeu-lhe vestir o hábito de penitente com os sinais da Paixão de Cristo: um coração encimado pela cruz e três cravos com o monograma de Cristo. Junto com o irmão, foi viver como eremita no monte Argentário. Aos domingos, ambos desciam e se dirigiam aos lugares vizinhos para pregar sobre a Paixão de Jesus.
Para tornar mais eficazes suas palavras, não hesitavam em flagelar-se em público, induzindo também os corações mais endurecidos à reflexão e, com frequência, à conversão. Suas missões eram assinaladas por uma cruz de madeira erigida no lugar onde os dois irmãos tinham pregado, habitualmente em uma praça desse local.
Depois do papa Bento XIII haver ordenado sacerdotes os dois irmãos na Basílica de São Pedro, concedeu-lhes permissão para constituir sua congregação. Esta tinha um nome bastante extenso — Congregação dos Clérigos Descalços da Santa Cruz e da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo —, que foi logo simplificado pelo povo com o nome de “Passionistas”, como ainda hoje são chamados.
A rígida regra primitiva teve que ser mitigada para obter a definitiva aprovação pontifícia. O primeiro capítulo geral reuniu-se em 1747. A nova congregação teve uma rápida difusão em todas as regiões da Itália. Paulo morreu no convento romano anexo à igreja dos santos João e Paulo, sobre o monte Célio. Foi canonizado em 1867.
Retirado do livro “Os Santos e os Beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente”, Paulinas Editora.