A fúria era tão grande daquela comunidade , num só voz todos gritavam: crucifica-o! Crucifica-o! Crucifica-o! Não teve outra saída, aquele homem, o Filho de Deus foi levado ao matadouro e alí começou o início da sentença. Sua condenação era inevitável em meio ao tumulto, uma bárabara crucificação. Por entre aquela vielas ficavam esparramados pedaços de carne, a dor era incontrolável, insuportável. Ainda restava força para consolar as mulheres de Jerusalém. Seu olhar era de piedade quando se encontrou com sua mãe, a Mãe das dores. Tudo foi programado, mas exageraram na tal condenação. Por pouco que não morre no caminho. Mas na realidade a intenção era humilhar, a cruz era sinal de humilhação. Aquele homem à esquerda blasfemava, não se arrependeu, sua alma perdida ficou. O da direita, Dimas, reconheceu o Salvador, o seu olhar expressou, lembra-te de mim quando estiveres no teu reino. Assim estarás comigo. O meu arrependimento veio quando cravei no seu coração a lança de onde jorrou sangue e água. Larguei a farda de soldado romano e passei a ser eremita, peregrinando e refugiando-me pelos vales, Montes Alpes. Eu fui testemunha de que realmente Ele é o filho de Deus. Uma fúria incontrolável, uma face irreconhecível, mas um sepulcro vazio. Abandonar-se totalmente sem olhar para trás e seguir adiante é ser um discípulo verdadeiro. Isto não quer dizer que quem errou a vida inteira vai continuar errando o resto da vida. Deus não leva em conta o passado mas o que vão fazer daqui para frente. Todos vocês independente de raça, de credo, de nação tem que fazer muito para que a dívida na eternidade seja pouca ou quase nada.
São Lognus